Roy Cohn e Donald Trump | A nefasta relação entre o Criador e a Criatura

João Baptista Pimentel Neto | 

A relação entre Roy Cohn e Donald Trump é um dos capítulos mais intrigantes da história política contemporânea americana.

Cohn, um controverso advogado e conselheiro, ganhou notoriedade durante a era do macarthismo, enquanto Trump, um empresário e magnata imobiliário, ascendia como uma figura emblemática na política.

Este artigo explora como a dinâmica entre esses dois personagens moldou a abordagem de Trump à política e os legados deixados por Cohn.

Roy Cohn: O Mentor Controverso

Roy Cohn foi um advogado que, durante os anos 50, ganhou fama como um dos principais assistentes do senador Joseph McCarthy.

Sua carreira foi marcada por táticas agressivas e controversas, defendendo figuras proeminentes, incluindo a máfia e o presidente Richard Nixon.

Conhecido por sua personalidade implacável, Cohn cultivou uma imagem de força e poder. Sua abordagem legal era muitas vezes caracterizada pela intimidação e pela disposição em transgredir normas éticas para alcançar seus objetivos.

O impacto de Cohn na cultura política americana foi profundo. Ele defendia a ideia de que a moralidade e a ética eram secundárias em comparação com a conquista do poder.

Esta filosofia ressoaria fortemente com a ascensão de Trump, que também adotou uma abordagem direta e confrontadora à política.

Mentored in the art of manipulation: Donald Trump learned from the master -- Roy Cohn | Salon.com
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Donald Trump: O Aprendiz e a Influência de Cohn

Trump conheceu Roy Cohn no início dos anos 1970, quando começou a se estabelecer como um magnata do setor imobiliário em Nova York.

Cohn tornou-se um dos conselheiros mais próximos de Trump, oferecendo orientações legais e políticas que ajudaram a moldar sua forma de pensar sobre negócios e política.

Trump, por sua vez, aprendeu as táticas de Cohn, que incluíam desviar críticas, atacar adversários e utilizar a mídia para seu benefício.

Uma das lições mais influentes que Trump aprendeu com Cohn foi a importância de ser agressivo e não recuar diante de pressões externas.

Cohn encorajava uma mentalidade de “vencer a qualquer custo”, e essa filosofia se manifestou claramente na campanha presidencial de Trump em 2016.

A Herança de Cohn na Campanha de Trump

Durante sua campanha presidencial, Trump frequentemente usou estratégia de Cohn, adotando uma retórica inflamável e polarizadora que atraiu tanto apoiadores fervorosos quanto críticos acérrimos.

Seu uso de ataques pessoais contra oponentes e sua disposição em ignorar normas políticas tradicionais foram amplamente influenciados por Cohn.

Além disso, a abordagem de Trump às redes sociais, especialmente o uso do Twitter como ferramenta de comunicação direta e ataque, ecoou a maneira como Cohn manipulava a mídia para moldar sua imagem e influência.

Essa tática de comunicação, que priorizava a ofensa em vez da defesa, tornou-se um marco da presidência de Trump.

Impacto e Consequências

A relação entre Cohn e Trump não só influenciou a carreira política do atual ex-presidente, mas também deixou um legado duradouro na política americana.

O estilo combativo e polarizador que ambos defenderam tem repercussões significativas, contribuindo para um clima político cada vez mais divisivo.

Após a morte de Cohn em 1986, Trump frequentemente falou sobre o impacto que seu mentor teve em sua vida e carreira.

A admiração de Trump por Cohn e suas táticas não apenas moldaram sua ideologia política, mas também influenciaram uma nova geração de políticos que adotaram abordagens semelhantes.

Confraternização e falta de escrúpulos

A influência de Roy Cohn sobre Donald Trump exemplifica um modelo de política marcada pela confrontação e pela falta de escrúpulos que desafia as normas tradicionais.

A interação entre esses dois homens não só moldou a trajetória de um futuro presidente, mas também deixou um impacto indelével na paisagem política americana.

À medida que o país continua a navegar por esses desafios políticos, a relação entre Cohn e Trump serve como um estudo de caso sobre os limites da ética e a busca pelo poder

 

João Baptista Pimentel Neto é jornalista e produtor cultural. Diretor da Rede Cidade Livre | Comunicação Comunitária.

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João Batista Pimentel Neto

Jornalista, produtor cultural. Diretor de jornalismo, eventos e projetos da Rede Cidade Livre - Comunicação Comunitária

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